Os recentes ataques dirigidos à prefeita de Quissamã, Fátima Pacheco, durante uma convenção partidária, evidenciam um grave problema que persiste em nosso cenário político: a violência verbal e o desrespeito à honra das mulheres que ocupam espaços de poder.
É lamentável que, em pleno mês do “Agosto Lilás”, dedicado à conscientização e ao combate à violência contra a mulher, tenhamos que presenciar atos tão deploráveis como os que ocorreram em Quissamã. A prefeita, mesmo não sendo candidata, foi publicamente ofendida e desqualificada por um vereador de outra cidade, que a chamou de "ladra, bandida e vagabunda". Tais declarações, além de inaceitáveis, revelam uma tentativa de intimidação que transcende a disputa política e atinge diretamente a dignidade de Fátima Pacheco, enquanto mulher e representante eleita da população.
Não se pode normalizar esse tipo de comportamento. A política, mesmo quando acirrada, deve se pautar pelo respeito e pelo debate de ideias. Aplaudir ou incentivar ataques pessoais é caminhar na contramão da democracia e do progresso social. A política não pode, e não deve, ser palco para manifestações de ódio e misoginia.
As reações de apoio que a prefeita Fátima recebeu de outros líderes políticos, como o vice-governador Thiago Pampolha e outros prefeitos da região, são sinais importantes de que há uma consciência crescente sobre a necessidade de combater esse tipo de violência. No entanto, isso não é suficiente. É fundamental que haja uma responsabilização efetiva daqueles que incitam o ódio e a violência contra mulheres na política.
O caso de Quissamã é um reflexo de um problema maior, que se repete em diversas partes do país. As mulheres continuam sendo alvos frequentes de ataques que visam desestabilizá-las e afastá-las da vida pública. Essa realidade precisa ser transformada, e isso só será possível com o engajamento de toda a sociedade em defesa do respeito, da igualdade e da democracia.
Que o episódio de Quissamã sirva como um alerta. Não podemos permitir que o discurso de ódio e a desqualificação pessoal se tornem armas comuns no jogo político. Precisamos, mais do que nunca, de uma política que construa, que dialogue e que respeite as diferenças.
Fátima Pacheco, como qualquer outra mulher, merece ter sua honra resguardada e sua atuação política respeitada. O Brasil precisa evoluir para um ambiente onde as ideias e propostas prevaleçam sobre o ataque pessoal e a violência. Isso não é apenas uma questão de justiça, mas de dignidade humana e fortalecimento da nossa democracia.
Por Anderson Lobo
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